quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ha Ghorwane amanha na Rua de Arte

Ghorwanwe e bejinha la mina para todas mulheres
Quem me conhece sabe que tenho Ghorwane como banda de coração. Há em Ghorwane qualquer coisa de outra idade e vida que não vivi mas sinto falta; sim, igual ao amor que nunca tive mas sei que me faz falta.
A boa saúde de Ghorwane me interessa, porque faz reviver a tertúlia que foi a banda e os elementos que dela faziam parte, mas que já não estão entre nós: Zeca Alage e Pedro Langa, barbaramente assassinados.
Ghorwane, projecta em cada canto, um pouco de si e muito de nós. É como se essa banda existisse, para cantar-nos. Para narrar nossas vidas sofridas, para “focar toda a gente e todo mundo dentro de si”, para celebrar nossas noites, mitos, nossas vidas.
Dir-se-á no essencial que Ghorwane é reflexo de nós mesmos.
Esta manhã, acordei com a banda na cabeça e decidi criar esta pequena ponte, para que cada um, deixe o seu testemunho, do que seja esta banda para ele, numa altura, em que a mesma celebra 25 anos da sua carreira.
Quero evocar vossas forças, para a causa que é esta banda, para importância de ela estar de boa saúde e nos deliciar com suas músicas de arranjo estético inigualável.
Mas antes, deixem-me chamar a atenção das vasikates da profundidade de um trecho de música desta banda, um trecho que se acompanhasse nossas vidas, acredito que a paz iria reinar na terra dos amantes.

Beijinha la mina beijinha lawena nkata
Shi massi sha mina shi massi sha wena
Mubedi wa mina mubedi wa wena nkata

Ou então em shi nguiza
My kisse’s your kisse’s
My pillow is your pillow
My bed is your bed honey
(se algo estiver errado corrijam-me, é inglês isto)

Ora, se os meus beijos são teus, se a tua almofada também é minha, se a minha cama também é sua; não é esta a ideia?
Não está aqui patente a ideia de comunhão, de tornar dois corpos em um só?
Não está aqui a transformação do eu para o outro e caminho certo para a tolerância e convivência sã?
Não sei o que vos diz Ghorwane, mas a mim me diz muito, não só por causa desta música, mas sim das demais que cantam, porque eles sabem ser nós e em ponto grande.
Então, porque não marcar um encontro amanhã na Rua de Arte, para celebrar a banda. Sim, Ghorwane vai tocar amanhã na Rua de Arte e a tua presença, talvez fosse o melhor testemunho.
A terminar esta minha provocação, deixem-me evocar a parte final da música beijinho:
We lele, we ,lele, até amanhã,
We lele le, lele, ate amanha, dzhe, dzhe, dzhe, no Dzheta phela leswi
, até amanhã…..
Pois...deixe o seu testemunho e até amanhã na Rua de Arte.

9 comentários:

Anónimo disse...

Macamo, para mim, Ghorwane, 'e o mito de uma geracao. nao consigo imaginar nossos tempos sem esta banda. ela soube, ocupar um espaco certo na hora certa. e estou certo, de que vai continuar a ocupar o mesmo espaco e saciando a fome dqueles que gostam de ouvir uma boa muthimba, magika...
Jojo (vou ao espectaculo)

Júlio Mutisse disse...

Amosse, Ghorwane para mim é maturidade. Desde que me lembro de prestar atenção ao que se faz musicalmente nesta terra, esta ideia não me sai... é uma banda madura que continuou sendo mesmo com a sangria acontecida ai por volta dos anos 90 um mal que veio para bem, já que alguns dos ex integrantes abraçaram um projecto que também nos faz delirar.

As tragédias que abalaram o grupo, sem lhe tirar a maturidade, "assassinaram" a magia. A existência de vários compositores com visões diferentes tornavam o Ghorwane de Zeca Alage, Pedro Langa e Roberto Chitsondzo (meu ex professor de Educação Física na Josina) mágico, rico e ireverente. É, para mim, evidente que o Ghorwane perdeu muito dessas coisas com as tragédias que foram as mortes daqueles dois. Basta ver que a Banda se sacudiu com a reentrada do Pedro Langa. Sem desmerecer o Roberto é claro.

Yndongah disse...

Juro phela mina ni tocadoor....
Esta costuma ser a última música nos shows desta banda.
Infelizemente não assisti os Ghorwane nos tempos do Zeca Alage, mas não perdia uma sexta feira nos tempos em que o clube desportivo era a “casa” deles, lembras-te do “liza liyaxa”?

P’ra mim esta é a lembrança que tenho dos melhores (?) momentos desta banda. Lembro-me de dançar “u mu siyi kwine” do Pedro Langa, o Salamaleco de Jorge César, “xindzavana xa ncaca” do Roberto Chitsondzo, “massotxua” do Zeca Alage(?) interpretada por David Macuácua e muitas mais...

Naqueles palcos vi os K10, o Moreira Chonguissa, Ivan Mazuze entre outros despontarem.
Desde então nunca mais ví um show desta banda, hoje, alguns dos elementos que a compunham ja saíram, sinceramente esse é um dos motivos pelos quais nunca mais os fui aos shows (se bem que fazem muito poucos), é que prefiro ficar com aquela imagem deles nos tempos áureos entendes?

Agora vendo o teu post, e da forma aliciante como nos convidas a ir sei lá...deu uma vontade...

amosse macamo disse...

Amigo Mutisse, odeio quando andamos nesta de concordar um com o outro, porém, não posso mudar os factos em nome da contradição.
E o facto é este que me apresentas.
Se a cisão do Ghorwane foi má? Teria sido pior se os elementos que saíram, não estivessem no activo; pelo contrário.
Para Ghorwane não perder a essência e a magia dos elementos já idos que faziam a heterogeneidade, adoptou a forma de trazer as canções dos finados, tocados e interpretados de forma como as faziam os seus donos.
Escute hoje no Vana va Ndota, algumas faixas interpretadas pelo Chitsondzo, como livengo de Zeca Alage e e tlhary de Pedro Langa, alias, este álbum, é dedicado aos dois e por esta via, Ghorwane se auto sustenta.
O facto de David Macuacua ter estado presente desde a gesta dos Ghorwane, facilita as coisas, porque quando ele interpreta as músicas do Zeca, fá-lo com mestria., que se diga o mesmo do Roberto Chitsondzo.
E por estas, o Ghorwane se reinventa e mantém a magia no ar e nós Mutisse vamos sempre dançar as suas músicas com a mesma corda que tínhamos nos pés, bem-haja os bons rapazes, porque o lago não pode secar, mesmo em tempos áridos como estes.

amosse macamo disse...

Yndongah
….vutissa Maguweni nwana mamani…
Não se agarre ao tempo amiga Yndongah, embora essa seja uma forma de segurar o passado, o bom passado que se diga.
Ghorwane, ainda hoje, mesmo sem Zeca, Pedro, Jorge, consegue manter a magia e como! Quando falas de uyo mussiya kwini fico arrepiado, porque o Pedro cantava muitas coisas nesta musica e uma delas eu, te explico um dia nestas linhas tortas, mas que seguram.
Verdade, que no desportivo os Ghorwane, deram a mão a muitos e facto é que os visados, não se esquecem.
O meu apelo é que voltes a ver os Ghorwane, se bem que precisam muito de si, de mim, de todos aqueles que se identificam com eles, porque Ghorwane é a nascente que deve sempre dar agua aos seus.
Vou te procurar na Rua, alias, vou fazer o pior, vou-te ligar e uma das duas:ou estarás em casa e papa não vai gostar do meu telefonema, ou estarás no espectáculo e não vai dar para falar por causa do barulho, so que ai, terei a certeza que foste.
Chantagista que sou: preferes que ligue de madrugada com o risco de papa zangar?
Langa, rs rsrs rsrs rs, brincadeira mana Bom fim de semana com ou sem Ghorwane

amosse macamo disse...

Caro Jojo, me desculpe ter invertido a ordem das respostas, quando me apercebi, já era tarde, minhas desculpas.
Ghorwane é sim o mito de uma geração e acredite, se Ghorwane conseguir manter a sua linha de execução, ainda vai conquistar mais gerações.
Também verdade, se bem que não podemos medir bem esta afirmação, que Ghorwane, aparece no momento certo. Num momento que pese haver mais bandas, impunha-se que nascesse uma com essa linha de orientação.
Ghorwane, tem tudo, para continuar a dar, o mesmo mel que dá desde 1983, porque se dancavamos na prateleiras vazias das lojas, nada impede hoje, que na fartura (ou aparente) o façamos

Anónimo disse...

Macamo... Macamo meu grande "amigo" estas de parabens pela qualidade do blog.
Lamentavelmente nao pude assistir ao espectaculo dos Ghorwane mas fiquei feliz quando soube que este foi so o primeiro duma serie de espectaculos que os Ghorwane pretendem presentear ao publico Mocambicano! O renascer dos GHORWANE surge numa altura em que somos atropelados por uma vaga de musica enlatada que teimosamente passa nas nossas radios como se esta fosse a verdadeira cultura musical dos Mocambicanos.

De resto passamos um bom dia com a familia nao e' Macamo? claro que sim...

amosse macamo disse...

meu amigo anonimo que sei que 'e o meu irmao Luis, claro que passamos um bom dia com a familia, deu ate, para passar em revista, os varios exitos de antigamente, contrariando logicamente, as tendencias de musica enlatada.
havera mais Ghorwane e tenho a certeza, que num destes estaremos juntos meu bom irmao. um abraco e volte sempre ao seu, meu, nosso, Modaskavalu

amosse macamo disse...

na verdade, o amigo anonimo eh o Faizal Pilale..bem hajs por passar daqui do Modaskavalu