segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ghorwane: o Pêndulo

Ghorwane: o Pêndulo
O pêndulo é “um corpo suspenso na extremidade inferior de um fio ou vara metálica, servindo para aprumar ou realizar o movimento de vaivém”
O pêndulo sugere, oscilação e vibração. É na verdade a seta de tempo, que vai vagar entre o passado, o presente e o futuro.

Ora, que pertinência tem a questão do pêndulo, quando o assunto é Ghorwane?
Tem toda a pertinência, isto porque Ghorwane, é este pêndulo, que sempre que o ouvimos, buscamos muito do seu e do nosso passado, embrenhamos no sonho acordado do presente e porque o rigor está sempre presente nesta banda, antevemos o seu futuro de fulgor.

Na nossa cultura, os nossos mortos nunca partem, como sombras, nos perseguem, vivem connosco, e em algumas ocasiões, cantam e dançam connosco e Ghorwane tem este efeito evocativo, porque sabe e muito chamar seus mortos e nunca os deixar morrer… dai que, mesmo somando anos de desaparecimento do Zeca e Pedro, os mesmos sempre vivem e quinta-feira, vão sempre viver connosco e quando ouvirmos as suas músicas, não vamos chorar, vamos sim, vibrar (ideia de vibração do pêndulo), e nessa altura com certeza de termos vencido a morte, porque lembraremos o Pedro/Zeca, com alegria e com certeza de que eles vivem.

Esta é a costela de Ghorwane, a quem Mia Couto apelidou e com um cunho certeiro de “fazedores de alegria” e não tem razão?

Pois, a banda vai actuar na quinta-feira na Rua d’arte, numa actuação de reencontro com o seu público e de preparação de um outro espectáculo, em outras terras: Brasil.

Então meus bons amigos, quinta-feira está marcado o encontro na Rua d’arte….. e porque não terminar evocando uma musica que serve de intróito:

Ghorwane hewenoooo ho hoo, Ghorwane heweno ho ho
Na ye Zeca Alage hewene ho hooo, Ghorwane hewene
Na ye Pedro Langa hewene ho hoo, hewenoooo
Hambi na Macuacua hewneoo he he he…….


O que se segue a esta introdução é uma festa inigualável e de tamanho das nossas alegrias....