quarta-feira, 24 de março de 2010

Modaskavalu e eu na Roda da Vida

Eu e o Modaskavalu somos hoje aniversariantes

Sem precisar de dizer datas ou lugares por onde andei, devo dizer que já andei alguma coisa: 33 anos não é pouca Estrada não. Uma coisa que posso partilhar convosco nesta caminhada é o gosto pelo bom tempero de música e músicos da minha terra. De facto, diante da música moçambicana e “daquela música”, sinto o peito a bater com frenesim, com a sombra amorosa da paz, com vontade de viver, mais 33 e mais 33 anos que me bastem.

A música é a minha bandeira erguida na mais alta haste deste navio que se esfuma a cada dia com pandzas e queijando, é a minha liberdade, a minha independência, meu caminhar firme, mesmo que em chão de espinhos e micaias e o Modaskavalu, o veículo que transporta e deixa transbordar todos os meus sonhos, toda a epopeia, é a minha redenção social contra a babel de sonoridades que ofuscam a estrela dos verdadeiros fazedores da música moçambicana.

Hoje, saúdo a todos vocês meus bons amigos, que, entre tantos afazeres da vida fazem-me a caridade e não sei se justiça de passarem por aqui para juntos cantarmos os nossos heróis, para juntos declamarmos as nossas poesias de guerra, para juntos acendermos este estranho lume de poder que nos aquece e nos faz caminhar mesmo quando a caminhada é dura.

Não podia terminar, sem saudar a RM, que soube na sua Gala, homenagear um homem que com firmeza e garra segurou as pontas da nossa música com inegualável mestria: Alberto “Manjacaziano” Mhula, a quem o prémio carreira vem alisar o meu e vossos corações ávidos de reconhecimento aos verdadeiros protagonistas da nossa cultura.

Sem que ninguém o diga, autorizo-me a dizer: Viva Amosse Macamo e Viva o Modaskavalu, viva também vocês e os nossos lídimos tocadores.

Viva a Cultura, símbolo e mais alta bandeira de uma nação.