Rosa
“Na ku vitana tolo wa darissa uni wu hawu Roso, Wa gwira Rosa, uni wu hawu Roso”. (ontem chamei-te e não acedeste Rosa, gingas Rosa, tens manias)
O Mahecuane é para mim um grandissíssimo executor, já antes tinha dito, que, abaixo da linha de execução do Fany vinha o Mahecuane, um verdadeiro homem das mulheres, diria uma espécie de Don Juan, o perigote delas. E era para elas que muitas vezes cantava e Rosa não foi escolhida por acaso, pois, para além do sugestivo nome Rosa de flôr, Mahecuane quís homenagear a mulher como sempre o fez com mestria e acima de tudo, discordar do comportamento da sua mulher amada.
Sem a redicularizar, Mahecuane mostrou atravês desta bela melodia não concordar do comportamento da sua amada, pois, ficou claro nesta canção que os dois combinaram um encontro que não se concretizou justamente, porque a Rosa não se fez presente. Na pior das hipóteses podiamos até interpretar o discurso de forma directa e neste caso, pensariamos que este, a chama e nega e daí a sua impugnação, mas tal, cairia em terra, visto que o ontem (vitana tolo), revela que esta acção teve lugar no passado, isto é, algo que deveria ter sucedido, mas não se concretizou.
Na verdade, a canção, surge aqui como um desabafo, um escape, quem sabe uma forma de realizar este amor que teima em não acontecer.
Esta canção pode ter sido feita propositadamente para que a Rosa a ouvisse e se preferir ou querer, dançar a desgraça do Mahecuane, mas também, como uma forma de publicamente declarar o seu amor por ela.
Como uma flôr que se oferece a quem amamos, Mahecuane quís oferecer uma canção a mulher que o rejeitou e que por sinal se chamava Rosa.
Podia assim Mahecuane, ter tomado partido de uma acção vingativa, qual “Dadinha” de Joaquim Macuacua, mas não o fez porque era um excelente cavalheiro, um homem respeitador, que conhecia o lugar que se reservava a mulher, um homem de mulheres.
Este amor não realizado e tornado música, não é o único nos anais da nossa música, basta lembrar por exemplo o caso de Dilon Nginje com a música “Podina”, Marracuene vani tekele Podina, Dillon vamu tekele Podina.....a mulher que ele amava e terminou com outro. Um outro caso é o do Eugénio Mucavele com “Ida” que ficou de olhos arregalados na entrada da sua casa a espera da sua amada que lhe prometeu chegar no final de dia e nunca mais (Hi wena Nkata unga ni dumbissa uku uta buya loko dambu dzi ju pswu), o mesmo que cantou Magilidana este lindo poema de amor (que em ocasião certa falaremos.), e bem diz que a sua felicidade nunca será plena sem a Magilidana no seu lar (hambi no nosha kaya kwanga ku pfumala dlovi yawu kati hime fenha Magilidana.)
Mas que se diga que não era a primeira vez que Mahecuane esperava, pois,acontecera o mesmo com a música Celestina (Nu tchuwukela dlambu la tchona, loze lo mpu ni lava Celestina mina, Celestina waka Macaringue sati wa mina wa ku rhandza.), onde espera até ao pôr de sol, sem que a sua amada, Celestina Macaringue, se faça presente e como que lamentando fez a música Celestina, tão linda, bem executada e graciosa como o seu amor.
Aconteceu o mesmo ao mestre Fany com a Lidia, o seu grande amor que o troca por outro e ele canta (kambe utani dzimuka mina), certo que te vais lembrar de mim.
Mahecuane irradiava acima de tudo alegria nas suas músicas, uma alegria contagiante que meia volta terminava num passo a Modaskavalu marrabenta senta baixo, porque ele sabia que no ar não se podia sentar.
O Modaskavalu é exemplo dessa alegria, uma música que contamina pela maneira como foi executada e na verdade, a junção com o Fany trouxe este charme que perdura até hoje e a nova geração tenta resgatar.
Um Mahecuane que teve a coragem de chamar atenção as mulheres para não andarem com homens sovinas, pois nem roupa para vestirem teriam (u rhanda kakata uta pfumala ni buluku....ni bhanchi) e porque estas, muitas vezes não ouviam seus conselhos, caiam em desgraça, mas não por falta de aviso, dai que ele diz (unga rile nwana mamani lwei wanuna wa ku biha hoti languela), não chores minha irmã, tu é que escolheste esse homem com defeitos.
Quando digo que Mahecuane cantava as mulheres talvez duvidem, mas se repararem com olhos de ver vão encontrar lá temas dirigidas a mulher como é o caso da sátira (wati vona ti mbuya tanga), onde diz gostar tanto da sua mulher, que a dá tempo de ir amantizar-se ( a sati wamina nimu rhandza swinene nimu nhica ni nkama waku famba a gueleza.), e podiamos olhar para esta, e interpretá-la sem o cinismo que esta carrega, e estaria implícita aqui, uma mensagem de confiaça que ele depositava na mulher, como quem diz, o que amo deixo livre, com certeza de que há de sempre voltar.
Mahecuane sabia bem o efeito que criava nas mulheres, e sabia por isso mesmo que era odiado por homens, pois achavam que lhe tirava as suas mulheres a dizia a brincar “leswi Mahecuane wakona vamu vonaku ku sasseka” (como sabem que o tal Mahecuane é bonito), pensam que lhes vou roubar as mulheres, quando apenas vou tomar o meu copo. Era este sentido de piada e alegria que o Mahecuane imprimia nas suas músicas, era este gostinho de cantar a mulher, o seu charme, a sua garra, os seus problemas, anseios que faziam de mahecuane um artista de charme e execução únicas. Um homem que a sua guitarra, tinha um sabor especial, com uma voz que carregava uma melodia e uma força cuja leveza não se encontra hoje em dia e é justamente por isso que o procuro vezes sem conta para ouví-lo, porque para mim, homens como Mahecuane não morrem, de modo que, decidi de certa forma homenegeá-lo nesta página, que se chama Modaskavalu.
“Na ku vitana tolo wa darissa uni wu hawu Roso, Wa gwira Rosa, uni wu hawu Roso”. (ontem chamei-te e não acedeste Rosa, gingas Rosa, tens manias)
O Mahecuane é para mim um grandissíssimo executor, já antes tinha dito, que, abaixo da linha de execução do Fany vinha o Mahecuane, um verdadeiro homem das mulheres, diria uma espécie de Don Juan, o perigote delas. E era para elas que muitas vezes cantava e Rosa não foi escolhida por acaso, pois, para além do sugestivo nome Rosa de flôr, Mahecuane quís homenagear a mulher como sempre o fez com mestria e acima de tudo, discordar do comportamento da sua mulher amada.
Sem a redicularizar, Mahecuane mostrou atravês desta bela melodia não concordar do comportamento da sua amada, pois, ficou claro nesta canção que os dois combinaram um encontro que não se concretizou justamente, porque a Rosa não se fez presente. Na pior das hipóteses podiamos até interpretar o discurso de forma directa e neste caso, pensariamos que este, a chama e nega e daí a sua impugnação, mas tal, cairia em terra, visto que o ontem (vitana tolo), revela que esta acção teve lugar no passado, isto é, algo que deveria ter sucedido, mas não se concretizou.
Na verdade, a canção, surge aqui como um desabafo, um escape, quem sabe uma forma de realizar este amor que teima em não acontecer.
Esta canção pode ter sido feita propositadamente para que a Rosa a ouvisse e se preferir ou querer, dançar a desgraça do Mahecuane, mas também, como uma forma de publicamente declarar o seu amor por ela.
Como uma flôr que se oferece a quem amamos, Mahecuane quís oferecer uma canção a mulher que o rejeitou e que por sinal se chamava Rosa.
Podia assim Mahecuane, ter tomado partido de uma acção vingativa, qual “Dadinha” de Joaquim Macuacua, mas não o fez porque era um excelente cavalheiro, um homem respeitador, que conhecia o lugar que se reservava a mulher, um homem de mulheres.
Este amor não realizado e tornado música, não é o único nos anais da nossa música, basta lembrar por exemplo o caso de Dilon Nginje com a música “Podina”, Marracuene vani tekele Podina, Dillon vamu tekele Podina.....a mulher que ele amava e terminou com outro. Um outro caso é o do Eugénio Mucavele com “Ida” que ficou de olhos arregalados na entrada da sua casa a espera da sua amada que lhe prometeu chegar no final de dia e nunca mais (Hi wena Nkata unga ni dumbissa uku uta buya loko dambu dzi ju pswu), o mesmo que cantou Magilidana este lindo poema de amor (que em ocasião certa falaremos.), e bem diz que a sua felicidade nunca será plena sem a Magilidana no seu lar (hambi no nosha kaya kwanga ku pfumala dlovi yawu kati hime fenha Magilidana.)
Mas que se diga que não era a primeira vez que Mahecuane esperava, pois,acontecera o mesmo com a música Celestina (Nu tchuwukela dlambu la tchona, loze lo mpu ni lava Celestina mina, Celestina waka Macaringue sati wa mina wa ku rhandza.), onde espera até ao pôr de sol, sem que a sua amada, Celestina Macaringue, se faça presente e como que lamentando fez a música Celestina, tão linda, bem executada e graciosa como o seu amor.
Aconteceu o mesmo ao mestre Fany com a Lidia, o seu grande amor que o troca por outro e ele canta (kambe utani dzimuka mina), certo que te vais lembrar de mim.
Mahecuane irradiava acima de tudo alegria nas suas músicas, uma alegria contagiante que meia volta terminava num passo a Modaskavalu marrabenta senta baixo, porque ele sabia que no ar não se podia sentar.
O Modaskavalu é exemplo dessa alegria, uma música que contamina pela maneira como foi executada e na verdade, a junção com o Fany trouxe este charme que perdura até hoje e a nova geração tenta resgatar.
Um Mahecuane que teve a coragem de chamar atenção as mulheres para não andarem com homens sovinas, pois nem roupa para vestirem teriam (u rhanda kakata uta pfumala ni buluku....ni bhanchi) e porque estas, muitas vezes não ouviam seus conselhos, caiam em desgraça, mas não por falta de aviso, dai que ele diz (unga rile nwana mamani lwei wanuna wa ku biha hoti languela), não chores minha irmã, tu é que escolheste esse homem com defeitos.
Quando digo que Mahecuane cantava as mulheres talvez duvidem, mas se repararem com olhos de ver vão encontrar lá temas dirigidas a mulher como é o caso da sátira (wati vona ti mbuya tanga), onde diz gostar tanto da sua mulher, que a dá tempo de ir amantizar-se ( a sati wamina nimu rhandza swinene nimu nhica ni nkama waku famba a gueleza.), e podiamos olhar para esta, e interpretá-la sem o cinismo que esta carrega, e estaria implícita aqui, uma mensagem de confiaça que ele depositava na mulher, como quem diz, o que amo deixo livre, com certeza de que há de sempre voltar.
Mahecuane sabia bem o efeito que criava nas mulheres, e sabia por isso mesmo que era odiado por homens, pois achavam que lhe tirava as suas mulheres a dizia a brincar “leswi Mahecuane wakona vamu vonaku ku sasseka” (como sabem que o tal Mahecuane é bonito), pensam que lhes vou roubar as mulheres, quando apenas vou tomar o meu copo. Era este sentido de piada e alegria que o Mahecuane imprimia nas suas músicas, era este gostinho de cantar a mulher, o seu charme, a sua garra, os seus problemas, anseios que faziam de mahecuane um artista de charme e execução únicas. Um homem que a sua guitarra, tinha um sabor especial, com uma voz que carregava uma melodia e uma força cuja leveza não se encontra hoje em dia e é justamente por isso que o procuro vezes sem conta para ouví-lo, porque para mim, homens como Mahecuane não morrem, de modo que, decidi de certa forma homenegeá-lo nesta página, que se chama Modaskavalu.
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